Vereadores constatam falha no sistema de Teleconsulta de Aparecida
A visita dos vereadores faz parte de um trabalho iniciado quando o sistema estava em fase de implantação
Demora no atendimento, falta de vagas e déficit de médicos. Estes foram alguns dos problemas constatados pelos vereadores Manoel Nascimento (PSDB) e Rosildo Manoel (PP) no sistema de Teleconsulta da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida. Os dois parlamentares são membros da Comissão de Saúde da Câmara Municipal e verificaram as falhas depois de uma visita ao Pronto Socorro do Centro e ao Cais do Jardim Nova Era na manhã desta segunda-feira,8. Os vereadores chegaram cedo às duas unidades, conversaram com os diretores e pacientes. Jaci Dias,39, é morador do Setor Colina Azul e relatou aos parlamentares que já tentou marcar uma consulta para sua filha, mas não foi possível por falta de vagas.Fernanda Alves da Conceição,28, conseguiu um agendamento com um clínico geral no Pronto Socorro, mas corria o risco de não ser atendida já que a unidade enfrenta falta desde tipo de especialidade. Fui bem atendida no 0800, mas quando chegamos no local da consulta encontramos outra realidade, que é a falta de médicos, reclama a paciente. O diretor do hospital, Eurípedes Pereira acabou admitindo que nas segundas e sextas-feiras a unidade fica desfalcada com médicos clínicos. Uma servidora que não quis ser identificada confessou ainda que muitas gestantes acabam com um pré-natal no meio do caminho porque encontram dificuldade em agendar novos retornos pelo Teleconsulta. A visita dos vereadores faz parte de um trabalho iniciado quando o sistema estava em fase de implantação. Como fiscais do povo prometemos conferir de perto se realmente estava funcionando bem, mas o que vimos foram usuários insatisfeitos. Na verdade a fila apenas saiu das unidades, mas agora parecem ser digitais, num sistema de informática, ressaltou o vereador Rosildo. A situação do hospital está tão precária que o toldo na entrada ameaça desabar.
Cais Nova Era Os problemas maiores foram conferidos no Cais do Jardim Nova Era. Além de pacientes insatisfeitos com o Teleconsulta, os vereadores ouviram denuncias graves de servidores. No local falta uma simples máscara para quem trabalha no setor de esterilização e às vezes até água filtrada. As cadeiras de roda estão com os pneus furados, as macas em péssimas condições de preservação e a farmácia não conta com um sistema informatizado, que ajuda a gerenciar a procura e oferta de remédios. O déficit de médicos é outra triste realidade enfrentada em todas as especialidades do Cais. No setor de odontologia outra denuncia grave. A odontóloga, Carolina Araújo Machado especialista em pacientes especiais já solicitou da Prefeitura um equipamento que custa cerca de R$ 2 mil para ajudar nos atendimento, mas enquanto o aparelho não chega muitos acabam desistindo do tratamento por dificuldade de acessibilidade. No laboratório os vereadores se depararam com outro problema, por falta de reagente o Cais deixou de realizar os exames que atestam se o paciente tem dengue. O sangue é recolhido pela manhã, encaminhado para um laboratório em Goiânia e o resultado só é conhecido sete horas depois. Segundo a biomédica responsável pelo setor, com o reagente, o teste fica pronto em cinco minutos. De lá o vereador ligou para o Secretário de Saúde, Rafael Nakamura para resolver o impasse, mas o mesmo não o atendeu. É um absurdo, falta um simples reagente que pode salvar uma vida, a final quando mais cedo for o diagnósticos, mais chance tem o paciente de curar, indignou-se Nascimento. De acordo com o parlamentar, a Prefeitura mantém um contrato no valor de R$ 6,117 milhões com uma empresa para terceirizar exames como Raio X, mamografia, ultrasonografia e eletrocardiograma, mas que funcionam parcialmente e não atende toda a demanda. Com este valor daria para a Prefeitura adquirir estes aparelhos, economizar e aplicar em outras áreas, reclama Nascimento. Os vereadores foram recebidos no Cais Nova Era pelos diretores Diva Avelino Dias, Themison Loyola e pela superintendente de Atenção Integral à Saúde da SMS, Márcia Gasparini. Eles reconheceram todos os problemas e revelaram a dificuldade em contratar novos médicos. É uma questão financeira, ninguém quer vir trabalhar em Aparecida, já que Goiânia paga mais, daí ficamos aqui sem várias especialidades. Não adianta contarmos com um sistema de Teleconsulta se não temos médicos, reconhece Loyola. Após a visita os vereadores prometeram medidas para solucionar os problemas se preciso acionar o Ministério Público.