Notícias

Vereadores conferem situação precária de escolas estaduais

31/05/2007 00:00 1.049
Merenda com cheiro de barata, banheiros sujos e aulas à luz de vela. Esta é a realidade encontrada pelos parlamentares
Uma comissão de vereadores da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia visitou algumas escolas da rede estadual de ensino do município, na manhã desta segunda-feira, sete. O objetivo foi levantar um diagnóstico de algumas escolas que funcionam em situação precária. Ao todo foram percorridas quatro unidades. Não foi preciso ir muito longe para ver a triste realidade vivida pela comunidade escolar. No setor Rosa dos Ventos, na Escola Estadual Maria Joana não há muros, as paredes estão sujas, ventiladores não funcionam, banheiros servem de depósitos de livros antigos, os alunos reclamam que a merenda tem cheiro de barata e o teto ameaça desabar. Como se não bastasse as péssimas condições físicas, os alunos ainda enfrentam outro problema. A falta de aulas porque não há professores. Tivemos apenas uma aula de arte e de inglês. Os professores não apareceram mais, reclama a estudante do 9º ano do ensino médio, Geane Sousa Cardoso,14. A alguns quilômetros dali está a Escola Estadual Olímpio Alves na Vila Sousa. Lá, o drama é bem parecido, mas com um agravante. A unidade é alvo fácil da ação de vândalos, que são beneficiados com falta de segurança. As sala de aula foram construídas com placas de concreto e a cerca de proteção da escola está parcialmente no chão. A vice-diretora da unidade, Vilma Silveria da Silva, revela a precariedade enfrentadas por alunos e professores. Não temos biblioteca, falta quadra poliesportivas, banheiros adequados e as vezes até material didático, conta. Na Escola Estadual Marieta Telles, no Jardim Olímpico I outro retrato do descaso das escolas estaduais. A instalação elétrica está danificada e quando chove os professores temem acender as luzes com receio de um curto circuito. Há casos em quem as aulas tiveram de ser ministradas a luz de vela. Para o presidente da Comissão de Educação da Câmara, William Ludovico (PMDB) a solução seria interditar algumas unidades para que sejam reformadas. A escola Estadual Maria Joana não tem condições de funcionamento. É preciso retirar os alunos daquela unidade porque eles correm risco de morte, preocupa-se. De acordo com o presidente da Câmara João Antônio Borges (PSB) a intenção não é confrontar o Governo Estadual, mas sim mostrar a realidade das escolas. Queremos ser um termômetro para medir a situação de nossas escolas estaduais. Muitas vezes o próprio Estado pode não saber como estão as instalações dessas unidades. Por tanto, queremos fazer um levantamento para agilizar as reformas necessárias, enfatizou. A última visita realizada, na Escola Estadual Nova Cidade, que leva o mesmo nome do bairro, o perigo também é constante. Uma caixa d’água ameaça cair a qualquer momento. O período chuvoso é outro complicador que preocupa a direção da escola. Documentos de alunos chegam a ser encharcados por goteiras abertas no telhado. O secretário da unidade, José Antônio Ribeiro da Silva informou que a escola não recebe reparos a dois anos porque a verba foi desviada por gestões anteriores. Vivemos uma situação de calamidade escolar, se não fosse a ação ilícita de direções passadas, indigna-se. No Inicio deste mês, o sub-secretário municipal de educação, Marcelo Ferreira participou de uma sessão solene na Câmara Municipal para discutir o assunto. Ele reconheceu os problemas enfrentados pelas escolas estaduais e reiterou a importância da união entre os poderes para resolver a situação. Nós enfrentamos muitos obstáculos no sentido de melhor a qualidade de nossas escolas e acredito que essa parceira com a Câmara será salutar para juntos vencermos e oferecermos aos nossos alunos e professores condições melhores de funcionamento destas escolas, ponderou. O balanço do encontro será encaminhado ao Ministério Público e à Secretaria Estadual de Educação por meio de uma indicação coletiva assinada pelos vereadores.