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Câmara realiza audiência sobre autismo

18/05/2017 00:00 411

A Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia realizou, na manhã desta quinta-feira, 18, audiência pública sobre o autismo. A iniciativa foi da presidente da Associação dos Pais e Amigos dos Autistas do Estado de Goiás, Alessandra Rose de Resende Jacob.

Alessandra explicou que a audiência tem como objetivo, além da conscientização sobre o tema, solicitar ao poder público, a criação de um Centro de Referência do Autismo em Aparecida de Goiânia.

“Além de uma maior divulgação com intuito de conscientização, aproveito a oportunidade pra pedir apoio na criação de um Centro de Referência do Autista em Aparecida, até por conta do grande número de autistas que temos aqui, atualmente. A falta desse centro acarreta um grande sofrimento aos envolvidos, pois carecemos de atendimento especializado. Sendo assim, contamos com a ajuda dos parlamentares nessa empreitada”, pediu a presidente.

O vereador William Panda (PC do B) afirmou que a Câmara criará uma frente parlamentar, formada por todos os vereadores, pra apoiar a criação do centro.

Nesse sentido, o presidente da Câmara, Vilmarzin (PMDB), lembrou que o vereador Almeidinha já havia feito requerimento solicitando à prefeitura a criação de uma centro voltado ao autismo.

“A solicitação já está na mão do prefeito e sei que ele será sensível à solicitação. Existe uma verba federal destinada a esse fim. Em pouco tempo teremos um centro de tratamento ao autista em Aparecida. Só quem vive com um autista tem noção do quanto é importante um tratamento específico”, garantiu Vilmarzin.

Em seguida, a Dra. Claudia Morais, coordenadora do Movimento Orgulho Autista Brasil (MOAB) palestrou sobre a situação do autismo no Brasil.

“Só criaremos políticas públicas com a participação popular e esse é o objetivo de audiências como essa. Trabalho na causa autista há um bom tempo no MOAB, que tem como finalidade buscar políticas públicas que reduza a defasagem que hoje existe no país sobre o autismo. O autismo foi denominado em 1943 e o Brasil ainda carece do básico. Muita gente desconhece o assunto e temos que aproveitar oportunidades como essa pra esclarecer o maior número de pessoas possível”, explicou Cláudia, que ainda explanou sobre a necessidade de tratamento especifico aos autistas e como o poder público pode atuar nessa questão.

“É necessário que se tenha preocupação especial com o tratamento. Nem sempre um determinado tratamento alcança tudo que é necessário para aquela pessoa. É preciso ter um olhar mais atencioso, clínico. Isso poderia ser obtido com a criação de centros de tratamentos especializados. Alguns autistas conseguem levar uma vida relativamente normal, já outras precisarão de acompanhamento especial durante toda a vida e, infelizmente, a geração atual de autista adultos foi esquecida pelo poder público, não recebeu o investimento devido e, assim, muitos pioraram seu quadro por falta de estímulos e tratamento adequado. Nossos governos não perceberam que o custo desse esquecimento é maior do que investir durante a infância. Por isso peço que vocês, vereadores, tratem com atenção esse problema”, pediu a Dra. Cláudia Morais.

Hoje, em Aparecida de Goiânia, a Secretaria de Educação tem cerca de 120 crianças autistas matriculada na rede pública.

“Esse ano, nossa equipe pode se estruturar melhor para o atendimento ao autista. Trabalhamos com a capacitação de profissionais, em parceria com a Associação de Pais e Amigos do Autista. E não é somente na escola que a criança precisa desenvolver sua aprendizagem, há, também, casos que as encaminhamos para tratamento especifico. Ainda temos alguns déficits, mas estamos reestruturando cada dia mais a rede pública”, explicou a coordenadora de inclusão da secretaria de educação de Aparecida, Wuelta Coeles de Oliveira.

O que é o Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) 

Não é uma doença; é uma condição especial que abrange uma ampla gama de sintomas com enorme variação de gravidade. Desde 2013 é descrito no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) com uma visão dimensional com características que envolvem prejuízos: na interação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos, e persistente deficiência de comunicação social.

O TEA não tem um marcador biológico e exames específicos que determinem seu diagnóstico, sendo de suma importância a participação de equipe multiprofissional para o diagnóstico precoce. Os sintomas já estão presentes antes dos três anos de idade. 

O diagnóstico precoce beneficia o desenvolvimento adaptativo social e a aquisição de pré-requisitos para etapas essenciais dos primeiros anos de vida, pois minimiza as limitações e amplia a capacidade dos pacientes de acordo com os prejuízos observados por meio da avaliação clínica.

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