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Audiência pública discute os rumos da saúde no Madre Germana

02/07/2014 00:00 368

A Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, em ação proposta pelo vereador Francisco Gaguinho (PSC), promoveu audiência pública na noite de ontem, 30, no Madre Germana I, para discutir a mudança no posto de saúde da região, que passará a fazer parte do Programa Saúde da Família (PSF). O evento contou com a presença do presidente da câmara, o vereador Gustavo Mendanha (PMDB), dos vereadores Gilsão Meu Povo (PRTB), Vandinho (PTC), Nascimento (PSDB), William Ludovico (SDD), Edilson Ferreira (PMDB) e Francisco Gaguinho (PSC), da equipe de saúde da prefeitura, liderada pelo secretário de saúde Paulo Rassi, de presidentes de associações de bairros e do deputado estadual Marlúcio Pereira (PSDB).

Gustavo Mendanha abriu a audiência para, em seguida, passar a palavra para o vereador Gaguinho que explicou a importância da iniciativa. “É importante trazer o povo para discutir e ajudar a encontrar soluções para esse problema da saúde no Madre Germana. Não basta ter uma estrutura muito boa, se não tem um atendimento decente”, declarou Gaguinho. O vereador também lembrou que a proposta da audiência não é afrontar a secretaria de saúde, mas, sim, buscar soluções que evitem o sofrimento desse povo “já tão sofrido”.

As principais reivindicações por parte dos moradores da região foram em relação à possível retirada do médico que já atende na região há algum tempo e, por isso, é querido pelos moradores; à falta de remédios no posto de atendimento e em relação à dificuldade de marcar consultas por meio do 0800.

A coordenadora de estratégia da secretaria de saúde, Érica Lopes Rocha, explicou como se de dará essa mudança do posto de saúde para o Programa Saúde da Família. “No PSF a composição da equipe é bem maior do que no sistema anterior, que normalmente possuía apenas um medico. No novo programa, a equipe é formada por médicos, psicólogos, nutricionistas, dentistas e demais auxiliares de saúde, formando o que chamamos de estratégia de saúde familiar.” Outro ponto tratado pela coordenadora foi sobre o trabalho ser realizado em território definido. “Isso se dá porque cada equipe tem condição de prestar um bom atendimento à até 4mil pessoas. Só assim será realizado um serviço na integra, que possa conhecer mais afundo o grupo atendido. Um contingente maior resultaria em um atendimento de qualidade pior”, detalhou Érica.

 Buscando aumentar o número de pessoas contempladas pelo programa, a coordenadora afirmou que o número de equipes atuando na região do Madre Germana  aumentará. “Hoje temos uma equipe no Madre Germana e a expectativa é expandir, trazendo duas novas equipes”.

 Em relação à mudança de médicos no atendimento à população, Érica acalmou a população, afirmando que o médico da região não será retirado. “Não teria lógica tirarmos um médico que já conhece a região. Na verdade, houve uma incompatibilidade de horário do médico com o programa. Entretanto, ele continuará fazendo parte da equipe, juntamente com mais dois novos médicos. Nossa preocupação é cobrir todas as regiões. A gente mapeou a região e viu que com essas duas novas equipes poderemos atender a todos”, finalizou a coordenadora.

O secretario de saúde, Paulo Rassi, explicou que essa mudança para o PSF não é uma invenção da prefeitura de aparecida, que é um movimento que já ocorre no mundo todo, abrangendo vários países desenvolvidos e em desenvolvimento, e que por isso o Ministério da Saúde resolveu aplicá-lo no Brasil.

Sobre a falta de remédios, o secretario disse que a secretaria de saúde não compra remédio. O que eles fazem é solicitar a medicação para a comissão de licitação efetuar a compra. O Secretario aproveitou para criticar a morosidade desse processo. “Todos os dias estamos discutindo essa lentidão no processo de licitação para aquisição desses remédios. É preciso mudar esse procedimento licitatório que é problemático e muito complexo, causando demora para adquirir os remédios”.

O vereador Nascimento (PSDB) ressaltou que a mudança de posto de saúde para PSF não pode ser definitiva, caso não aja melhora de fato na saúde. “Se a mudança não funcionar, todos nos reuniremos novamente para buscar mudanças que melhore efetivamente a saúde pública e sabemos que o prefeito Maguito Vilela (PMDB) será sensível em atender essas reivindicações”, finalizou Nascimento.

 

Dificuldade para marcar consultas no 0800

O sistema de 0800 foi implantado como forma de organizar o atendimento, uma vez que a consulta seria agendada pelo telefone, sem a necessidade de deslocamento até a unidade de saúde. E, mesmo nesse sistema de agendamento telefônico, em casos especiais, como hipertensos, crianças que passaram a noite febril, e demais casos que demandam urgência, serão reservadas vagas para atendimento sem necessidade do agendamento telefônico.

No entanto, a maioria dos moradores presentes na audiência reclamaram que não conseguem marcar consultas, pois não são atendidos. A coordenadora Érica Lopes lembrou que quem já é da área coberta pelo PSF tem um atendimento mais fácil no 0800, e que com as duas novas equipes que serão implantadas facilitará o atendimento para todos. “Por isso a intenção é de colocar 100% do Madre Germana  coberto pelo PSF, beneficiando a todos”, complementa Érica.

Em sintonia com os moradores, o vereador William Ludovico(SDD) criticou o 0800. “O sistema não funciona. Cria-se, na verdade, uma fila virtual.“ O parlamentar propôs melhora ou extinção do sistema. “Ou melhora logo o 0800 ou, então, volte ao atendimento presencial, olho no olho”.

O vereador Gaguinho (PSC) também fez coro às criticas ao 0800. “Sou contrario a esse sistema, ate porque tenho recebido reclamações de moradores da região que levam meses para conseguirem marcar consultas”.

Por fim, o secretario Paulo Rassi afirmou que em relação ao 0800 o ideal não é acabar com o sistema, pois trata-se de uma tecnologia que facilita o atendimento, e, sim, buscar soluções para o que está errado.