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Audiência Pública debate situação do idoso

15/06/2016 00:00 388

Com objetivo de criar uma consciência social e política da existência da violência contra o idoso, e por conta da comemoração do dia mundial de conscientização da violência contra a pessoa idosa, que é celebrado todo dia 15 de junho, a Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia realizou, na manhã desta terça-feira, 14, audiência pública para debater o tema. A propositura conjunta foi dos vereadores Cláudio Nascimento (PRB) e Dra. Cybelle Tristão (PSDB), integrantes da Comissão dos Direitos das Pessoas Idosas.

A vereadora Cybelle inaugurou os trabalhos explicando o motivo da audiência.

“O modelo atual da nossa sociedade tem uma visão negativa do envelhecimento. E isso é um equivoco. Negligenciar a experiência que o idoso pode passar aos mais novos é um enorme erro. De acordo com nossa legislação, idosa é a pessoa com idade acima de 60 anos e o número da população idosa em nosso país vem aumentando cada vez mais e por isso precisamos pensar em políticas públicas com temas voltados á essa enorme comunidade, que merece todo nosso respeito e atenção”, justificou a vereadora, que aproveitou a ocasião para apresentar um projeto de lei que cria o dia municipal de conscientização da violência contra o idoso.

Procurando soluções que reduzam os altos índices de violência contra as pessoas da terceira idade, Cybelle ainda lembrou que já foi feito um requerimento propondo a criação, em Aparecida, de uma delegacia que investigue os crimes contra a pessoa idosa. “O número de violência contra essas pessoas é alarmante, o que justifica a criação dessa delegacia”, propôs a vereadora.

Também propositor da audiência, o vereador Cláudio Nascimento atentou para uma situação complexa e delicada sobre o tema, que é o fato de que, em vários casos, a violência começa dentro da própria casa do idoso, tornando mais difícil o seu combate.

A secretária de assistência social, Leiliane rosa, falou do comprometimento do município de Aparecida em garantir os direitos dos idosos.

“Hoje temos cerca 30 mil idosos em nossa cidade, sendo que mais de 4 mil são atendidos pelo poder público. A maioria das denúncias que recebemos são de negligência física e psicológica, além de violência doméstica e da apropriação financeira de seus bens. A situação do idoso não é só uma questão da assistência social. É necessário uma ação conjunta do poder público, que envolva várias secretarias e a própria família, com intuito de proporcionar saúde, lazer, cultura, bem estar à essas pessoas que merecem todo o nosso cuidado.”

A promotora de justiça, Lílian Conceição, ressaltou a importância de denunciar os maus tratos ao idoso. “Quem não denuncia também é cúmplice dessa violência. O combate começa ao fazer a denúncia”, destacou a promotora.

Já a presidente municipal do conselho do idoso, Ângela Rita, procurou exaltar a iniciativa, considerando-a um marco, uma vez que é a primeira vez que se realiza, em Aparecida, uma audiência publica com tema voltado ao idoso.  “O idoso é uma biblioteca viva. Precisamos resgatar o respeito a eles. Não precisamos de um estatuto, e sim de amor àqueles que deram início a tudo”.

Para o ex-deputado federal e ex-secretário do idoso pelo Distrito federal, Ricardo Quirino, a solução do problema só será alcançada se a conscientização começar desde a base. “O Brasil demorou muito pra se preocupar com o envelhecimento da população. Para alcançar a cultura de valorização da idade, da experiência, temos que começar desde cedo, desde o ensino fundamental. Temos que ensinar às crianças que o idoso não é apenas o avô ou a avó, mas também são cidadãos, com direitos. Isso contribuiria em muito para a redução da violência, que em sua maioria ocorre dentro da própria casa”, garantiu.

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