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Vereadores defendem CEI na saúde de Aparecida

05/08/2011 00:00 358
A maioria dos vereadores criticou com sérias denúncias o caos da saúde pública instalado nos Cais, hospitais e pronto socorro, além da deficiência no atendimento.
O retorno aos trabalhos neste segundo semestre na Câmara de Aparecida teve a saúde do município mais uma vez como tema de debate. A maioria dos vereadores criticou com sérias denúncias o caos da saúde pública instalado nos Cais, hospitais e pronto socorro, além da deficiência no atendimento. Todo este cenário pode ser alvo de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) proposta pelos parlamentares, que deve investigar também os contratos entre a Prefeitura e Organizações Sociais (O.S’s), que atuam na Cidade. As críticas recaíram sobre o secretário municipal de Saúde, Paulo Rassi e ao Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), responsável pela gestão da saúde em Aparecida. As discussões ficaram ainda mais acaloradas na manhã desta quinta-feira,4, quando o sistema de Teleconsulta comemorou um ano de implantação na Cidade. A Prefeitura preparou grande programação para festejar a data, mas a maioria dos vereadores não compareceu ao evento, que virou alvo de protesto na Câmara. Um artigo de autoria do presidente da Casa, João Antônio Borges (PSB), publicado pelo Jornal Diário da Amanhã irritou a ainda os vereadores. Com o título: Um ano de mudanças na saúde de Aparecida - o presidente elogia a atuação do Idtech com a implantação do sistema de Teleconsulta. No passado para se conseguir uma consulta médica na rede pública de saúde do município o usuário precisava madrugar nas filas, mas hoje esta realidade é bem diferente. Com toda comodidade, ele pode por meio do 0800 marcar o médico em sua especialidade desejada, defende João Antônio. Grande parte dos vereadores criticou esta posição. Não há nada o que comemorar, na verdade houve uma transferência das filas dos postos de saúde para o que podemos chamar de filas virtuais via telefone, onde o usuário passa por uma longa espera, ou às vezes nem consegue atendimento, rebateu o vereador William Ludovico (PMDB). O vereador Manoel Nascimento (PSDB) reforçou mais uma vez sérias denuncias ao Idtech e a empresa Tech Capital, que também terceiriza serviço à saúde de Aparecida. De acordo com o parlamentar, o instituto recebe uma verba de R$ 1,3 milhões, mas tem uma folha de pagamento relativamente pequena para a proporção dos recursos. Para onde vai o resto deste dinheiro com uma saúde de péssima qualidade? Isto é uma vergonha e temos que investigar, garante Nascimento. Ele denunciou ainda que a Tech Capital, que deveria terceirizar a realização de exames acaba na verdade utilizando equipamentos da Prefeitura. Nascimento está munido de documentação, que segundo ele comprova todas as irregularidades. A empresa citada também é alvo de denúncias de que a mesma pertence ao um irmão do secretário Paulo Rassi. Há informação ainda de que o veículo utilizado pelo secretário também é bancado pelo Idtech. Com a CEI os vereadores pretendem apurar as denúncias. Descontentamento O vereador Edilson Ferreira (PR) concentrou seu discurso nas ações da Secretaria de Saúde. Ele demostrou descontentamento com a hierarquia na direção dos Cais. Na unidade do Setor Garavelo, por exemplo, a direção técnica é ocupada por uma enfermeira, quando deveria ter um médico como responsável. Nada contra a categoria dos enfermeiros a qual tenho profunda admiração, mas andei consultando instâncias superiores da saúde que deixa bem claro que este é um posto que deve ter a frente um médico e não um enfermeiro. O secretário de saúde está muito equivocado ao permitir uma situação como esta, defendeu. As críticas a Paulo Rassi continuaram. O vereador Vilmazinho Mariano (PTN) lembrou que a gestão do secretário na Saúde da Capital não teve êxito e que por tanto sua vinda para Aparecida deveria ter passado pelo crivo da Câmara. Não foi bom lá quem garante que será aqui? Nenhum vereador foi consultado sobre a vinda deste moço para Aparecida. Nosso papel é fiscalizar, por tanto precisamos saber quem são as pessoas que vão dirigir áreas importantes como a saúde, sobretudo porque pode se repetir erros do passado, quando secretários de fora chegaram aqui, não resolveram o problema e foram embora deixando a situação ainda pior, protestou. O vereador Helvecino Moura (PT) e William relataram também que tiveram entes queridos de pessoas ligadas a eles que morreram a espera de atendimento, mesmo com o pedido de intercessão do secretário. Pedi a liberação de uma ambulância e nem isso ele pode atender, conta Moura. Os vereadores também alegaram sofrer retaliação de seus pleitos na Secretaria e servidores ligados a eles estão sendo coagidos. De acordo com o vereador William, no Pronto Socorro do Centro de Aparecida a ordem é demitir ou transferir quem tiver qualquer ligação com os vereadores. A determinação teria partido da diretora geral da unidade, Érika S. Lequizamon e da responsável técnica, Raquel Priscilla Trani. As duas foram convocadas para comparecer à Câmara na sessão da próxima quarta-feira, 10. Vamos convocá-las aqui para esclarecer esta situação, porque se assim estiver ocorrendo é uma arbitrariedade, manifestou William. Max Menezes (PR) está elaborando um oficio convidando ao secretário para comparecer a Câmara e esclarecer todas as denúncias e reclamações. Por enquanto é um convite, mas se ele não comparecer faremos uma convocação como respalda a lei, garantiu Max. O vereador Sargento Cacheira (PT do B) manifestou interesse em também assinar o documento, que recebeu adesão dos demais vereadores. Os parlamentares aguardam o resultado deste encontro para decidir a instalação da CEI.
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